Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 1301-1 | ||||
Resumo:Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são adquiridas durante a prestação dos cuidados de saúde e representam um problema de saúde pública, sendo classificadas como eventos adversos, aumentando a morbidade e mortalidade de pacientes. Possuem características multifatoriais e tornam-se ainda mais preocupantes quando os agentes etiológicos causadores são multirresistentes e possíveis produtores de biofilme. Os quadros de IRAS potencializam-se quando acometem pacientes que estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), uma vez que apresentam-se, em sua maioria, imunodeprimidos. Este trabalho teve como objetivo verificar os principais agentes etiológicos multirresistentes envolvidos em IRAS nos pacientes da UTI do Hospital Regional de Arcoverde-PE entre os anos de 2020 a 2022. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, de caráter documental retrospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade São Leopoldo Mandic sob o número 5.928.772. Foram utilizados prontuários dos pacientes, bem como os resultados de exames laboratoriais de culturas microbiológicas com antibiograma, após a anuência do hospital. A pesquisa avaliou os resultados da primeira e segunda amostra de hemocultura de 183 pacientes. Destes 183 pacientes, 25 (13,6%) apresentaram resultado positivo para infecção com o mesmo microrganismo na primeira e segunda amostra. Cerca de 72 (39,3%) apresentaram resultados negativos para infecção e 86 (46,9%) indivíduos apresentaram microrganismos diferentes nas duas amostras de hemocultura. Quanto aos patógenos multirresistentes mais comuns, observou-se como Gram positivos: Staphylococus haemolyticus, Staphylococus epidermidis e Staphylococcus capitis. Em relação aos Gram negativos mais resistentes, os mais frequentes foram Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii. O uso de antimicrobianos no ambiente hospitalar associado a práticas inadequadas de controle de infecção são reconhecidamente fatores de risco para seleção e disseminação da resistência microbiana. Embora a transmissão de microrganismos multirresistentes seja reportada com maior frequência em unidades de cuidados intensivos, todos os serviços de saúde são afetados. A gravidade e a extensão das infecções causadas por esses patógenos variam de acordo com as populações afetadas e com as características dos serviços de saúde. Por essa razão, as ações de prevenção e controle precisam ser adaptadas individualmente às necessidades específicas de cada população e instituição. Medidas de prevenção e controle de infecção são reconhecidas há muito tempo como um importante componente da assistência à saúde e afetam diretamente a segurança dos pacientes. Em termos epidemiológicos, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa e membros da família Enterobacteriaceae resistentes aos carbapenêmicos requerem importância significativa por serem considerados de prioridade crítica. Já Enterococcus faecium resistente à vancomicina e Staphylococcus aureus resistente à meticilina, ou com sensibilidade intermediária/resistência à vancomicina são considerados como de alta prioridade para vigilância, pesquisa e desenvolvimento de novos antimicrobianos. Desta maneira, este estudo evidenciou a importância do isolamento assertivo de agentes etiológicos em hemoculturas de pacientes em UTI, bem como a relação deles com as IRAS. Palavras-chave: IRAS, Unidade de Terapia intensiva, Bactérias |